quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Alguma coisa mudou!

Não sei se a minha vida mudou ou se fui eu que mudei.  A sério que não sei! Não é que eu fosse daquelas pessoas que passavam a vida a queixar-se de tudo e de nada, mas volta e meia lá surgia um ou outro queixume. Podia ser sobre a vida profissional, sobre a vida académica, sobre a vida emocional ou financeira. Não é que tivesse muitos motivos de queixa, mas existiam.


De uns tempos para cá (tenho uma ideia de quando foi, mas não é bem exata) alguma coisa mudou. Ou a vida ou eu. Vá, sendo sincera, eu sei que fui eu que mudei. Não é que não tenha algumas preocupações relativas ao futuro (que tenho e várias!), mas o que antes me ocupava bastante o pensamento, agora já não ocupa assim tanto. De que vale (pré)ocupar-me com o que ainda não aconteceu? Claro que penso no futuro, tenho dúvidas e incertezas, mas habituei-me a conviver muito saudavelmente com elas.


Fruto da vida profissional (e da minha maneira de ser, talvez) contacto com muitas histórias de vida, de muita gente, gente muito diferente. Ouço desabafos, pessoas sem rumo, pessoas cuja vida virou do avesso, desgaste atrás de desgaste, infortúnios, insatisfação, medos e tristezas. Quase sempre encontro pelo meio do discurso algumas oportunidades, alternativas, tento mostrar portas e janelas (e ás vezes apenas buracos de fechaduras). Não é fácil, e por vezes não tenho mesmo mais nada para oferecer além de um sorriso sincero e um voto de confiança (que aprendi que pode fazer toda a diferença no dia daquela pessoa!).


E no meio disto tudo sinto que aprendi a sentir-me imensamente grata pelo que tenho, por quem tenho e mantenho. Aprecio sinceramente a vida como ela é, exatamente da maneira que é. A valorizar as coisas como elas são.


Se podiam ser melhores? Claro que sim!!! Podiam ser piores? Naturalmente! Mas são como são e é exatamente isso que faz de mim ser como sou: imensamente feliz!


P.S. não, não vejo tudo cor-de-rosa e não, também não sou daquelas pessoas otimistas por natureza. A sério que não! Mas alguma coisa mudou ... e ainda bem!


JS

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Bom dia!" ... "Não sei onde!"

Ás vezes dou por mim a pensar que as pessoas realmente são um mundo infindável de inspiração para mim.

Hoje, no trabalho, ouvi um senhor a chegar e a dizer, numa voz bem alta e agradável, "Bom dia"! A resposta que ouviu foi um amargo "Não sei onde", e o senhor lá concordou, num tom de voz bem mais baixo, "realmente, com esta chuva". Seguiu-se silêncio. Quão diferente poderia ter sido esta conversa/ interacção se a resposta tivesse sido outra.

Todos os dias assisto a diálogos assim. Alguém que se queixa da chuva. Mas se não for da chuva, é do sol e do calor. Se não for do sol, é do vento, do cansaço, de ter muito que fazer, de não ter nada para fazer, de ter dormido mal, de ter dormindo cedo demais, da crise, de tudo...

Algumas pessoas estão tão centradas no que de menos bom as rodeia, que se esquecem de tudo o resto que têm. E circula por aí um discurso negativo, colado ao que se vê nas notícias, em que impera o desânimo, a insatisfação, a descrença.

Não queria entrar pelo caminho do optimismo / pessimismo, mas assisto cada vez mais a pessoas que insistem num discurso negro, pesado, carregado de amargura. E onde é que esse discurso as leva? A um mundo negro, pesado e carregado de amargura.

E mudando o discurso, mudamos o mundo?

Sim! A verdade é que o "mundo" é uma representação nossa, uma construção nossa feita através do que captamos da realidade. Logo, o nosso discurso pode mudar a nossa representação da realidade. Podemos mudar o nosso mundo!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um dia vou conseguir escolher como reagir ao que os outros dizem...

Ontem li uma frase de uma pessoa que admiro bastante e que tento acompanhar o trabalho, o Pedro Vieira. Escrevia ele: "As pessoas podem chamar-te muitas coisas. Isso diz pouco sobre ti e diz muito sobre elas. E isso é válido tanto para os insultos como para os elogios!"

Podia dizer que ontem foi o dia certo para ler esta frase, mas a verdade é que:
1 - eu já a conhecia;
2 - tem sido recorrentes os exemplos em como isto é verdade na minha vida.

Ora vejamos, quando alguém nos diz alguma coisa, sobre nós, sobre o nosso trabalho, sobre o nosso comportamento, está a reflectir sobre nós AS SUAS próprias experiências, as suas próprias expectativas e eu diria mais, o seu próprio mapa mundo - simplificando, a sua perspectiva sobre nós. Isso não diz muito sobre o que nós somos, diz somos o que essa pessoa acha sobre nós. A maneira como ela nos lê (ou nos vê, ou nos sente, ... ).

Como já partilhei aqui, estou grávida. Isso dá azo a comentários diversos sobre a minha barriga! De repente, "toda a gente" (passando o exagero) à minha volta se tornou expert em barrigas de grávida. E acreditem, já ouvi de tudo!

"Tchiii que barriga tão grande, são gémeos?"
"Ai, estás enorme! Estás no fim do tempo?"
"Bem, vais ter uma bebé enorme, se já estás assim"
"Não vais chegar ao fim do tempo com essa barriga"
e a mais recente...
"ISSO ainda vai crescer mais?"


ora bem, ISSO é a minha barriga, obrigado! e vai crescer o que tiver de crescer tendo em consideração que não sou propriamente eu que decido o tamanho que ela vai ter. Ontem vi também comentários a outra barriga de futura mamã em que os comentários eram exactamente os opostos:

"estás grávida? nem tinha reparado, estás de pouco tempo, não?" (está de 7 meses)
"ui que barriga tão pequenina, o bebé nem deve ter espaço!"
"vais ter um bebé tão pequenino"
"nem te deves sentir grávida, pois não?"

Portanto, com isto concluo que há um tamanho certo de barriga de grávida. A sério! Nunca me tinha apercebido disso. Mas faz todo o sentido, se umas são grandes demais e outras pequenas demais, algures aí pelo meio deve haver o tamanho certo de barriga. E eu que nem suspeitava disso!! :)

Ora, se estes comentários reflectem mais sobre a pessoa do que sobre mim, fico bastante mais descansada. Se calhar a pessoa está a dizer que a barriga é grande ou pequena COMPARATIVAMENTE À dela. Ok, tem uma (ou mais, consoante o número de filhos) experiência de barrigas, com um determinado tamanho e usa como termo de comparação. 

A parte engraçada é que alguns comentários destes são feitos por homens! O que quererá isso dizer sobre eles? hi hi hi

Brincadeira à parte, a questão principal é que isto é valido para barrigas de grávidas, para decisões que tomamos na nossa vida, para atitudes que temos no trabalho, para a maneira como decidimos viver a nossa relação... e tudo o resto.

Um dia vou conseguir...escolher como reagir ao que os outros dizem! Porque no fundo é disso que se trata. Posso escolher ficar ofendida, ou escolher ficar satisfeita ou escolher que me seja indiferente. Posso escolher como me sentir acerca disso e como reagir!

E eu para já escolho sorrir e guardar para mim estes pensamentos!

JS




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quando os objetivos mudam...

Ás vezes os objetivos que tínhamos tão brilhantemente traçado deixam de fazer sentido. Ou porque a nossa vida mudou, ou porque os alcançamos rápido demais, ou porque nos parecem cada vez mais longínquos ou porque pura e simplesmente deixamos de querer chegar àquele ponto que tínhamos definido.

Ás vezes os objetivos mudam. Tão simples quanto isso! Quando definimos um determinado objetivo, não significa que temos obrigatoriamente de o alcançar ou que só podemos ter novos objetivos quando aquele for dado por alcançado. Nada disso! Pelo caminho podemos descobrir que não era bem aquilo que queríamos. Nesse momento não temos de pensar que o objetivo foi definido erradamente ou em vão. Podemos, em alternativa, considerar que aquele percurso foi-nos útil para percebermos o que realmente queremos.

Em 2013 defini como objetivo participar na meia maratona do Porto. 




Para contextualizar, tinha (re)começado a fazer exercício físico em Setembro de 2012 - altura em que caminhar já era um exercício moderado. Correr estava completamente fora de questão - o corpo não aguentava o ritmo que eu gostaria de impor. Aliás, eu nem gostava de correr.

Em Fevereiro de 2012 comecei a correr na passadeira do ginásio. Defini nesse momento um dos meus objetivos de 2013 - participar na meia maratona do Porto, isto é, chegar ao fim do percurso de 21km.

Várias foram as vozes dissonantes. Primeiro porque não tinha experiência nenhuma em corrida, depois porque o corpo não estava preparado (houve até quem dissesse que era "velha demais" para começar a correr - como se isso existisse). Quando digo que comecei a correr, quero dizer que comecei por correr 1 minuto, intercalando com caminhada 2 a 3 minutos só para recuperar o fôlego. E se era difícil! Arranjei algumas estratégias mentais para ir passando melhor (suportanto) esse minuto de corrida. Ao fim de algum tempo, já não sei precisar quanto, estava a correr 2 minutos, e a intercalar com 2 de caminhada. Daí a chegar aos 5 minutos de corrida foi um instante. Comecei a intercalar corrida mais intensa com corrida mais moderada, para me manter sempre a correr aguentando o ritmo.

Em Abril de 2013 fiz a minha primeira corrida na rua. Pensei que morria. Escolhi um caminho com subidas e descidas e demorei quase uma hora a correr 5km. Não desisti. Continuei a correr e em Junho de 2013 inscrevi-me na corrida de S. João no Porto. Eram 15 km. Nunca tinha corrido uma distância tão grande até à data. No máximo corria 10 km. No dia pensei em desistir. Não desisti. Continuei a correr e cheguei ao fim com um tempo miserável de 1h48. Lembro-me de pensar que o primeiro classificado tinha feito a prova de 48 minutos. Eu só tinha demorado mais uma hora (ironia), mas tinha chegado ao fim!

Acho que só nessa altura algumas pessoas à minha volta começaram a acreditar que se calhar eu ia mesmo fazer a meia maratona do Porto. Continuei a treinar - treinos de 15, 16, 17,  18 km - e chegaram as férias em Agosto. O meu objetivo estava bem claro e não queria que 15 dias de paragem significassem retrocesso no meu treino. Por isso, fiz algo que nunca tinha feito e que se me dissessem que ia fazer há um ano atrás eu não acreditaria: levei as sapatilhas comigo de férias e ia correr de manhã. Num dia corria, no outro treinava. Ia ser assim até 15 de Setembro - o dia da meia maratona do Porto!

E sabem o que aconteceu?

Não, não vou contar que consegui fazer a meia maratona... e também não vou dizer que desisti! Vou dizer que quando voltei de férias descobri que tinha concretizado outro dos meus objetivos para 2013 - engravidar! Sob aconselhamento médico os treinos foram sendo reduzidos. E progressivamente a corrida deu lugar à caminhada e não fui concretizar o meu objetivo.

O meu objetivo mudou: já não era participar na maratona, era manter-me saudável e sentir-me bem fisicamente para levar a bom porto a gravidez! Neste momento não corro nem um minuto.

E qual o meu objetivo para 2014? Voltar a correr até Dezembro de 2014. Sei que provavelmente terei de fazer o processo todo desde o início: intercalar corrida e caminhada, começar por distância mais pequenas, mas já o fiz uma vez, agora é só (re)começar. A vantagem é que, se da última vez comecei do 0, agora começo com toda a experiência que já tive.

A conclusão deste post, que é apenas uma história, vem ilustrar um caso em que os objetivos mudam. Mudam porque são substituídos por outros, porque deixam de fazer sentido ou porque a nossa vida muda.
E não há nada de errado nisso. Pelo contrário, contraproducente seria permanecer com os mesmos objetivos quando a vida muda ou agarrar-mo-nos ao que era (e já não é) objetivo.

Se a vida muda, nós mudamos também!

JS

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Resoluções de ano novo

A propósito das resoluções de ano novo...

porque é que as resoluções de ano novo ficam, por norma, esquecidas ao fim dos primeiros dias do ano?

Tenho para mim que as possíveis explicações poderão andar à volta disto:

- são resoluções "radicais", isto é, implicam mudanças drásticas na vida, do género: "vou começar a ir todos os dias ao ginásio", "vou deixar de fumar", "vou começar a comer de forma mais saudável", "vou ser mais organizado/a"; implicam uma criação total de hábitos novos de forma instantânea;

- são vagas / abstractas (ex: "comer de forma mais saudável" - o que é mais saudável? mais saudável comparado com o quê? se uma pessoa costuma comer fast food 7 dias por semana, comer mais saudável implica comer fast food apenas 6 dias? e se, para si, comer mais saudável for incluir vegetais na sua alimentação? batatas são vegetais? e se forem fritas, contam? E se for uma ervilha, também conta? qual a quantidade considerada adequada, qual a qualidade válida? já perceberam a lógica...)

- não dependem diretamente de nós ( uma amiga queria "que o namorado a pedisse em casamento"; "que o ex namorado voltasse a amá-la");

- não especificam uma data para concretizar (basicamente temos até 31 de dezembro de 2014 para as alcançarmos...e se não conseguirmos voltamos a dizer que para 2015 é que é!)

-são, muitas vezes, formulados por serem socialmente aceitáveis, isto é, é "esperado" que a mudança de ano implique mudança na vida das pessoas e é "esperado" pelos outros que sejam mudanças positivas de forma a tornar-se uma pessoas melhor, mais saudável, mais "qualquer coisa". Logo, não são, muitas vezes realmente desejadas por nós, nem realistas, nem adequadas ao nosso estilo de vida / personalidade / objetivo de vida;

-são muitas vezes formulados através das passas, na véspera de ano novo, ao som das 12 badaladas, acompanhadas por champanhe. logo, ficam perdidas no esquecimento ao fim de algum tempo.

É por estas situações, entre outras, que eu não tenho propriamente resoluções de ano novo. Tenho, isso sim, objetivos. Então, e como formular esses objetivos de forma a que sejam mais praticáveis ou alcançáveis ao longo do ano?

Sugestões:
- fazer com que dependam de nós e da nossa iniciativa / atitudes / comportamentos;
- definir prazos realistas;
- implementar progressivamente (não querer mudar tudo ao mesmo tempo/ introduzir mudanças lentamente, pensando que um progresso  lento é sempre mais benéfico do que não fazer progresso nenhum);
- escrever (e de preferência partilhar com alguém) os objetivos de forma a podermos ter a nossa atenção centrada neles e ir recordando e verificando se estamos mais próximos de os atingir, para que, se não estivermos, possamos mudar a direção do nosso comportamento;
- pensar no que realmente, genuinamente, sinceramente queremos para as nossas vidas;

let's do it!

JS

O Blog mudou!

Várias são as mensagens que tenho para partilhar hoje.

A primeira é a mais óbvia para quem já passou por cá pelo menos uma vez antes de hoje: o blog mudou!

Porquê? Porque andava parado há algum tempo, porque a minha vida mudou, porque surgiram outras prioridades e essencialmente porque dei por mim a pensar (várias e várias vezes) que o que me apetecia mesmo escrever não se adequava à temática inicial deste blog (na minha conceção).

Comecei a escrever noutros locais, guardando para mim os textos ou partilhando só com meia dúzia de pessoas (menos até). Mas com a mudança de ano, e as já famosas "resoluções de ano novo", fui pensando no sentido que faria ter um blog em que o que posso ou não escrever está dependente da temática que defini inicialmente (um limite criado artificialmente por mim). Acontece que a maioria das coisas que me surgiam para escrever (seja durante uma corrida no ginásio, quando o sono custa a vir à noite ou a meio de uma conversa com alguém) não se adaptavam totalmente ao conceito do blog.

Logo, das duas uma, ou criava um blog novo, ou mudava este. E depois pensei, que este blog começou por ser, exatamente sobre isso, sobre mudanças e a nossa capacidade de agir quando sentimos que algo não está como queremos. E só me vinha à mente esta frase:
Qualquer coisa como isto, numa tradução livre: "Se não gostas das coisas como elas estão, muda! Não és uma árvore!"

E este blog não é certamente uma árvore. Nem é estanque e não ia deixar que ele caísse no esquecimento só porque podia fugir ao tema inicial.

E se o tema inicial eram objetivos e sonhos e mudanças, a verdade é que isso continua a ser o meu dia-a-dia. Só que agora será numa lógica de partilha diferente. Alargo a conteúdos mais leves, mais humorísticos, a opiniões sobre temas mais abrangentes, sobre a vida em geral, sobre aquilo que vai acontecendo.

Afinal, sempre assumi que o blog era de mim para mim. E se deixei de escrever aqui porque nem sempre achava que o que me apetecia escrever se iria identificar com os outros conteúdos já publicados ou a linha de pensamento que seguia até ali, que sentido faria em continuar com o blog inanimado e ir alimentando a escrita noutros locais?

Bem vindo 2014, bem vindas as mudanças, bem vindo novo rumo ao blog!