segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quando os objetivos mudam...

Ás vezes os objetivos que tínhamos tão brilhantemente traçado deixam de fazer sentido. Ou porque a nossa vida mudou, ou porque os alcançamos rápido demais, ou porque nos parecem cada vez mais longínquos ou porque pura e simplesmente deixamos de querer chegar àquele ponto que tínhamos definido.

Ás vezes os objetivos mudam. Tão simples quanto isso! Quando definimos um determinado objetivo, não significa que temos obrigatoriamente de o alcançar ou que só podemos ter novos objetivos quando aquele for dado por alcançado. Nada disso! Pelo caminho podemos descobrir que não era bem aquilo que queríamos. Nesse momento não temos de pensar que o objetivo foi definido erradamente ou em vão. Podemos, em alternativa, considerar que aquele percurso foi-nos útil para percebermos o que realmente queremos.

Em 2013 defini como objetivo participar na meia maratona do Porto. 




Para contextualizar, tinha (re)começado a fazer exercício físico em Setembro de 2012 - altura em que caminhar já era um exercício moderado. Correr estava completamente fora de questão - o corpo não aguentava o ritmo que eu gostaria de impor. Aliás, eu nem gostava de correr.

Em Fevereiro de 2012 comecei a correr na passadeira do ginásio. Defini nesse momento um dos meus objetivos de 2013 - participar na meia maratona do Porto, isto é, chegar ao fim do percurso de 21km.

Várias foram as vozes dissonantes. Primeiro porque não tinha experiência nenhuma em corrida, depois porque o corpo não estava preparado (houve até quem dissesse que era "velha demais" para começar a correr - como se isso existisse). Quando digo que comecei a correr, quero dizer que comecei por correr 1 minuto, intercalando com caminhada 2 a 3 minutos só para recuperar o fôlego. E se era difícil! Arranjei algumas estratégias mentais para ir passando melhor (suportanto) esse minuto de corrida. Ao fim de algum tempo, já não sei precisar quanto, estava a correr 2 minutos, e a intercalar com 2 de caminhada. Daí a chegar aos 5 minutos de corrida foi um instante. Comecei a intercalar corrida mais intensa com corrida mais moderada, para me manter sempre a correr aguentando o ritmo.

Em Abril de 2013 fiz a minha primeira corrida na rua. Pensei que morria. Escolhi um caminho com subidas e descidas e demorei quase uma hora a correr 5km. Não desisti. Continuei a correr e em Junho de 2013 inscrevi-me na corrida de S. João no Porto. Eram 15 km. Nunca tinha corrido uma distância tão grande até à data. No máximo corria 10 km. No dia pensei em desistir. Não desisti. Continuei a correr e cheguei ao fim com um tempo miserável de 1h48. Lembro-me de pensar que o primeiro classificado tinha feito a prova de 48 minutos. Eu só tinha demorado mais uma hora (ironia), mas tinha chegado ao fim!

Acho que só nessa altura algumas pessoas à minha volta começaram a acreditar que se calhar eu ia mesmo fazer a meia maratona do Porto. Continuei a treinar - treinos de 15, 16, 17,  18 km - e chegaram as férias em Agosto. O meu objetivo estava bem claro e não queria que 15 dias de paragem significassem retrocesso no meu treino. Por isso, fiz algo que nunca tinha feito e que se me dissessem que ia fazer há um ano atrás eu não acreditaria: levei as sapatilhas comigo de férias e ia correr de manhã. Num dia corria, no outro treinava. Ia ser assim até 15 de Setembro - o dia da meia maratona do Porto!

E sabem o que aconteceu?

Não, não vou contar que consegui fazer a meia maratona... e também não vou dizer que desisti! Vou dizer que quando voltei de férias descobri que tinha concretizado outro dos meus objetivos para 2013 - engravidar! Sob aconselhamento médico os treinos foram sendo reduzidos. E progressivamente a corrida deu lugar à caminhada e não fui concretizar o meu objetivo.

O meu objetivo mudou: já não era participar na maratona, era manter-me saudável e sentir-me bem fisicamente para levar a bom porto a gravidez! Neste momento não corro nem um minuto.

E qual o meu objetivo para 2014? Voltar a correr até Dezembro de 2014. Sei que provavelmente terei de fazer o processo todo desde o início: intercalar corrida e caminhada, começar por distância mais pequenas, mas já o fiz uma vez, agora é só (re)começar. A vantagem é que, se da última vez comecei do 0, agora começo com toda a experiência que já tive.

A conclusão deste post, que é apenas uma história, vem ilustrar um caso em que os objetivos mudam. Mudam porque são substituídos por outros, porque deixam de fazer sentido ou porque a nossa vida muda.
E não há nada de errado nisso. Pelo contrário, contraproducente seria permanecer com os mesmos objetivos quando a vida muda ou agarrar-mo-nos ao que era (e já não é) objetivo.

Se a vida muda, nós mudamos também!

JS

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